Dra. Marcia Lika Yamamura é médica pediatra, com especialização em infectologia pediátrica, professora da Escola Paulista de Medicina, com diversas especializações em Acupuntura e quem faz valer o ditado - Filho de peixe, peixinho é . Como filha do mestre Dr. Ysao Yamamura, é ela quem leva adiante, com determinação, a missão de difundir a Medicina Chinesa e a Acupuntura por todos os estados e capitais do Brasil.
O trabalho árduo não assusta quem sonhou desde pequena em seguir a carreira de medicina e tornar-se pediatra como a mãe, tradição que contagia também seu filho de 10 anos que almeja a mesma realização, desde os três anos de idade, com a diferença de que a mira está mais nos passos do avô - a ortopedia. As tradições da família Yamamura não se restringem à medicina, visto que a acupuntura sempre esteve presente. Mesmo antes de entrar para a faculdade, em 1992, ela pôde acompanhar os inúmeros trabalhos científicos de seu pai, juntamente com suas pesquisas inovadoras em laboratório.
As semente cultivadas durante essa trajetória geraram tantos alunos - frutos e discípulos espalhados por todo o país, que ela se sente fazendo parte de uma grande família com quem estabeleceu vínculos e metas de perpetuar como médica e administradora do Centro de Estudo e Pesquisa em Medicina Chinesa, o conhecimento e os benefícios da acupuntura para toda a população.
Para dar conta dessa tarefa que requer dedicação e empenho em período integral, a Dra. Márcia assume os mesmos dilemas de tantas outras mulheres, que é o de ser capaz de continuar sendo mulher, mãe, e estar inserida no mercado de trabalho. No entanto, destaca com a propriedade de quem reconhece a importância da harmonia em todas as coisas, que cada um deve assumir seu papel, compreendendo qual é o do homem e qual é o da mulher. "Esses papéis precisam ser respeitados, hierarquicamente, para não causar danos e desequilíbrios familiares. Faz parte da nossa ancestralidade."
Outro aspecto ancestral que ela defende é o de ser mãe em seu legítimo papel para que as relações com os filhos não resvalem o campo da perda da autoridade e da inversão de hierarquias. "A criança é um reflexo da família e da própria sociedade e ocorreram inúmeras mudanças que afetaram as crianças, gerando doenças como a obesidade, hipertensão, diabetes cada vez mais precoces, cefaleias, dores articulares. Todas as doenças dos adultos estão chegando mais precocemente às crianças".
O nível de estresse nas crianças vem aumentando à medida que seguem uma rotina quase espartana, saindo de casa às 7 da manhã e retornando às 7 da noite, depois da escola e de diversos outros cursos complementares. A jornada de quase 12 horas por dia, igual a de um adulto, não permite às crianças o tempo para o ócio, o que é de extrema importância para a formação e desenvolvimento cerebral.
A criança precisa brincar por brincar.
As gerações passadas brincavam na rua, e com os objetos mais simples como latinhas, peão, bicicleta, brincavam de balanço, brincavam com a terra.
As crianças de hoje não pisam descalças na terra. É um alerta de que em algum lugar nós estamos falhando. Criamos filhos de apartamento, sem conhecermos, ao menos, o vizinho, que quando se aproxima, a gente evita na tentativa de nos mantermos apenas no núcleo familiar.
Crianças das grandes cidades sabem apenas o que é brincar nos shoppings, e são excessivamente, estimuladas por vídeo-games, tablets e celulares. As chamadas "babás eletrônicas" que ela percebe em muitas das suas consultas pediátricas.
É mais fácil oferecer um celular do que acalmar e ensinar essa criança a prestar atenção numa consulta, a poder respeitar e conviver. Nota-se o mesmo comportamento nos restaurantes, dando-se a pílula do imediatismo, uma espécie de 'cala-boca' para os pais terem tempo para almoçar em paz. Isso é muito comum.
São crianças super estimuladas e até mesmo, mais inteligentes, mas não são crianças, e por isso acabam adoecendo mais cedo.
Quando as crianças chegam ao consultório já adoecidas, o primeiro movimento da médica pediatra que se pauta pelos ensinamentos da Medicina Chinesa, é resgatar o núcleo familiar que foi destruído. Muitas vezes, as mães não comparecem à consulta e mandam a vizinha ou a avó, a tia, a prima, e sabemos que a criança sofre por falta do vínculo, por falta da mãe. A estrutura familiar em muitos casos não existe. As separações entre os casais estão cada vez mais presentes. Muitas vezes são filhos únicos de pais diferentes e que não se dão bem com os irmãos. São crianças desestruturadas do ponto de vista emocional. Então, a primeira coisa é permitir que a mãe se encontre, de fato, com seu filho, e o filho com sua mãe, porque esse é o elo principal.
Ao melhorar essa relação, melhora tudo. O rendimento escolar, o sono, o apetite. É outra criança.
Nós somos psicossomáticos. O que está dentro da nossa psiquê, somatizamos no corpo. Todas as doenças tem um motivo emocional e faz parte de cada uma dessas abordagens, resgatar as pequenas partes. O universo da criança é pequeno. Família e escola. Para o adulto, não. Tem o lado afetivo da sua relação como homem e mulher, o lado profissional, familiar, e vai agregando outras coisas. Para a criança, quando melhora o vínculo familiar, melhora tudo.
Para a Medicina Tradicional Chinesa, é importante também investigar se a criança foi desejada ou não, se a mãe desejou ter um menino ou uma menina e se esse desejo foi refutado ou realizado. Outros aspectos do histórico da mãe também são levados em consideração como aborto ou óbito de filhos anteriores. São inúmeras variáveis, inclusive as sociais, para se averiguar quem de fato cuida daquela criança e com a ajuda de quem, já que as mães estão sobrecarregadas.
Outros aspectos críticos são o assédio e o bullying que as crianças sofrem na escola, ou nas comunidades onde vivem. Para Dra. Márcia, a acupuntura não pode jamais se restringir a inserção de agulhas. É a visão de todo o universo da criança que faz a diferença no diagnóstico e tratamento. Muitas vezes as crianças, além de desrespeitadas, não tem, ao menos, cama para dormir, ou o que dela é de todo mundo, justamente no período em que está se formando o 'eu' dessa criança. É muito difícil crescer massacrado e sem direito a nada.
O massacre aos direitos da criança não acontecem somente nas famílias de baixo poder aquisitivo. Crianças de famílias abastadas também sofrem bullying, também sentem falta da mãe que nunca está presente, ou se ressentem do divórcio dos pais.
Tempo e elogio para o seu filho
Ninguém trabalha de domingo a domingo, e mesmo quem o faz, precisa encontrar um tempo para estar com seu filho. Um tempo de qualidade. Outra coisa muito importante que eu sempre digo às mães é para que elogiem seus filhos. Depois de uma determinada faixa etária, a gente só cobra, o que não deixa de ser uma forma de bullying. A exacerbação das cobranças vem de pais que se sentem esgotados, mas se não mudarmos essa postura, estaremos transferindo os problemas para as próximas gerações.
Um dos exercícios que pratico, constantemente, no consultório, é pedir às mães que façam um elogio aos seus filhos, ali mesmo, enquanto estão comigo no consultório. Nessa hora, todo mundo engasga. E o curioso é que quando a gente pede o exercício contrário, para o filho ou a filha elogiarem a mãe, a resposta é imediata. "A minha mãe é a melhor mãe do mundo", "A minha mãe faz a melhor macarronada do mundo". E as mães se emocionam.
Sempre instigo os adultos a elogiarem a si mesmo e os outros, os filhos, o parceiro, o funcionário. O elogio é importantíssimo.
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